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Fazenda Rio Grande, Paraná, Brazil
Sou professora de Geografia que gosta muito do que faz, e me preocupo muito com as questões ambientais. Neste ano estou desenvolvendo o projeto PDE que trata sobre a reciclagem do óleo de cozinha. Esse trabalho busca descobrir com os educandos como tem sido realizado o descarte do óleo comestível e das gorduras residuais pela comunidade em que o Colégio Estadual Olindamir Merlin Claudino está inserido.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO DESCARTE INADEQUADO DO ÓLEO COMESTÍVEL USADO


         Atualmente o consumo de produtos que passam pelo processo de fritura é grande, pois seu preparo é rápido e acentua o sabor dos alimentos, proporcionando grande aceitabilidade pelas pessoas.
         Estudos mostram que o óleo não deve ser utilizado infinitas vezes na fritura de alimentos, pois o mesmo sofre processo de degradação, modificando seu sabor original, perdendo suas vitaminas e tornando-se prejudicial à saúde, o que remete ao descarte do produto.
         O ritmo de vida acelerado, nos grandes centros urbanos, é uma das causas da busca por alimentos semi-prontos, tais como: batatas fritas, empanados e outros, na maioria das vezes, utilizam em seu processo de fabricação e preparo grande quantidade de gorduras.
         Os estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes, panificadoras, etc. na maioria das vezes encontram dificuldades sobre o que fazer com óleos e gorduras residuais, pois muitas vezes não existe nenhuma orientação ou regulamentação por meio de uma legislação municipal que determine as formas de
descarte deste material e maioria das vezes os resíduos acabam nos bueiros.
         Nas residências, estima-se que muitas donas de casa, sem saber o que fazer, depositam óleos e gorduras residuais no solo, ou jogam no ralo da pia, no vaso sanitário, dentre outros.
         Ao lançar esse material no ambiente de maneira inadequada provoca sérios
danos ambientais, tais como:

  •     na rede de esgoto, óleos e gorduras causam o entupimento do sistema, retendo resíduos sólidos, piorando a situação. Esses por pressão podem causar vazamentos no entorno do encanamento, provocando poluição do solo e até mesmo podendo atingir o lençol freático, bem como, pode acabar        retornando à superfície. Além disso, problemas com mau cheiro e higiene tornam-se comuns. Em locais, sem sistema de tratamento de esgoto, há ligação do encanamento residencial à galeria de águas fluviais que direcionam o escoamento aos rios, ocasionando grandes níveis de poluição. Quando há sistema de coleta e tratamento de esgoto a presença de óleos e gorduras na água encarece e dificulta o tratamento;
  • quando o óleo atinge corpos d’água, como rios, lagos e mares, forma-se uma película na superfície devido a imiscibilidade e a menor densidade do óleo na água. Essa camada de óleo dificulta a entrada de luz e oxigênio, comprometendo a existência dos seres vivos que ali se encontram, podendo ocasionar a morte dos mesmos, e por conseqüência favorecendo a ocorrência de desequilíbrio ambiental. Segundo Pitta Júnior (2009, p. 5) o óleo na superfície aquosa, e sob o sol, a temperatura aumenta, pode atingir 60º capaz de causar a morte de animais e vegetais microscópicos. A limpeza        ou recuperação das águas contaminadas por óleos e gorduras é possível, mas necessita de grande investimento e o uso de substâncias tóxicas; 
  • no solo, óleos e gorduras colaboram com a impermeabilização do mesmo, dificultando a infiltração e favorecendo maior escoamento e até mesmo aumentando o risco da ocorrência de enchentes. O depósito desse material também provoca contaminação e prejuízos aos micro-organismos e plantas        que ali podem existir, dificultando o desenvolvimento destes. De acordo com Muggler, Pinto Sobrinho e Machado (2006, p.736) o solo deve ser “entendido como componente essencial do meio ambiente, essencial à vida, que deve ser conservado e protegido da degradação.” e que o solo é um sistema ativo e nele ocorrem interações entre seres vivos, de importância fundamental na conservação da vida;
  • durante a decomposição do óleo, quando em contato com a água do mar, há a geração, por meio de reações químicas, do gás metano um dos principais gases causadores do efeito estufa, colaborando para aquecimento global. Sabe-se que dentre os produtos descartados pela população de maneira em geral o óleo representa uma pequena percentagem, mas é um dos elementos que mais causam prejuízos ao meio ambiente. E quando lançados nos lixões, da mesma forma podem contaminar solos e cursos de água. 
          Diante desses fatos é de extrema importância a realização de um trabalho que possibilite às pessoas a perceberem que o meio ambiente é fruto de um funcionamento interligado de seus diversos elementos e, assim sendo, a interferência sobre algum deles estará afetando o todo. De acordo com as Diretrizes Curriculares de Geografia (2008, p.61-62), os eventos locais relacionam com o global, devido ao fato de que as particularidades dos lugares tornam-se visíveis e únicos pela sua relação dialética com o universal ao qual estão atrelados.


REFERÊNCIAS

LIMA, P. C. R. O biodiesel e a inclusão social. Consultoria Legislativa. Brasília. 2004. Disponível em:<http://apache.camara.gov.br/portal/arquivos/Camara/internet/publicacoes/estnottec/pdf/2004_676_Estudo.pdf>. Acesso em: 29/03/2011.

MUGGLER, C.,C.; PINTO SOBRINHO, F. A. P.; MACHADO, V., A. Educação em solos: princípios, teoria e métodos. Revista Brasileira de Ciência do Solo. V.30. n. 4, p.733-740. Ago 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v30n4/14.pdf> Acesso em 17/03/2011.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia. Curitiba: SEED, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/goegrafia.pdf> Acesso em: 25/08/2010.

PAULILLO, L.F. et. Al. Álcool combustível e biodiesel no Brasil: quo vadis?. RER, Rio de Janeiro, v. 45, n. 03, p. 531-565, jul/set 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/resr/v45n3/a01v45n3.pdf>. Aceso em: 29/03/2011.

PITTA JÚNIOR, O. S. R. et al. Reciclagem do Óleo de Cozinha Usado: uma Contribuição para Aumentar a Produtividade do Processo. 2009. 10f. International Workshop Advances in Cleaner Production Key Elements for a Sustainable World: Energy, Water and Climate Change. São Paulo: 20-22 de Maio de 2009.Disponível em: http://www.advancesincleanerproduction.net/second/files/sessoes/4b/2/M.%20S.%20Nogueira%20-%20Resumo%20Exp.pdf> Acesso em: 16 de agosto de 2010.

PLÁ, J. A. Perspectivas do biodiesel no Brasil. Indic Econ, FEE, Porto Alegre, v. 30, n. 2, p.179-190,        set2002.Disponível em: <http://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/view/1396/1758>.      Acesso em 29/03/2002.

REIS, M. F. P.; ELLWANGER, R. M.; FLECK, E. Destinação de óleos de fritura. 2007.             Disponível em:<http://www.facabiodiesel.com.br/biodiesel/documentos/DESTINACAO-DE-OLEOS-
DE-FRITURA.pdf> Acesso em: 07/02/2011.



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