Pesquisar este blog

Quem sou eu

Minha foto
Fazenda Rio Grande, Paraná, Brazil
Sou professora de Geografia que gosta muito do que faz, e me preocupo muito com as questões ambientais. Neste ano estou desenvolvendo o projeto PDE que trata sobre a reciclagem do óleo de cozinha. Esse trabalho busca descobrir com os educandos como tem sido realizado o descarte do óleo comestível e das gorduras residuais pela comunidade em que o Colégio Estadual Olindamir Merlin Claudino está inserido.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A RECICLAGEM DE ÓLEOS E GORDURAS E A PRODUÇÃO DE SABÃO


          A poluição causada pelo descarte incorreto do óleo de cozinha e das gorduras residuais é altamente prejudicial ao meio ambiente, um litro de óleo contamina milhões de litros de água, danificando o habitat de muitos seres vivos. Sendo assim há necessidade de que seja realizada uma sensibilização da sociedade de maneira em geral, da importância em se preservar o meio ambiente como um todo e evitar a sua degradação.
          A reciclagem de resíduos é de extrema importância, pois diminui a extração de recursos naturais e a utilização de novas matérias primas.
          A reciclagem do óleo e das gorduras além de gerar produtos de grande utilidade e com valor econômico, evita a contaminação das águas, do solo e inclusive colabora para a diminuição da emissão do metano na atmosfera, gás que contribui com o aumento do efeito estufa e em conseqüência do aquecimento global.
          Desta forma é de suma importância que este resíduo seja visto não como um problema, mas como um recurso de valor econômico, que pode ser reaproveitado na geração de novos produtos.
          Para Reis, Ellwanger e Fleck (2007, p.3) as principais formas de aproveitamento do óleo são respectivamente: saponificação, com aproveitamento do subproduto da reação: a glicerina, padronização para a composição de tintas (óleos vegetais insaturados – secativos), produção de massa de vidraceiro, produção de farinha básica para ração animal, queima em caldeira e produção de biodiesel.
          A produção do sabão poderia ser organizada de duas formas:

  • A primeira através de campanha de coleta de óleos e gorduras em condomínios, ou bairros com
    pontos de coleta. O material arrecadado poderá ser encaminhado às associações de moradores ou outras entidades. Para isso é preciso que todos colaborem e compreendam a importância do
    processo. Esse trabalho poderá ser coordenado pelo órgão municipal, contribuindo para a geração de renda de muitas famílias, ou direcionando o  material para as indústrias que fazem o recolhimento e processamento do  mesmo.
  • A segunda, para produção do sabão com o uso de óleo de cozinha usado e gorduras residuais, pode ser realizada de forma artesanal, domiciliar. Os óleos e as gorduras depois de serem exauridos e inutilizados para a produção de alimentos devem ser armazenados, separadamente, em garrafas de   plástico. Gradativamente, na medida em que for acumulando, poderá ser encaminhado para o descarte ou, se tiver quantidade suficiente para uma receita de sabão, poderá ser utilizado na residência.
        Para a produção do sabão de forma caseira com o uso de óleo de cozinha usado sugere-se a receita (cedida por uma moradora da zona rural do município de Siqueira Campos, Paraná) abaixo:
Ingredientes:

  •     7litros de óleo morno;
  •     2 litros de água;
  •     4 litros de álcool, ou etanol;
  •     1 quilo de soda cáustica.

Preparo: em um recipiente plástico dissolver a soda cáustica na água. Em outro recipiente mistura-se o óleo e o álcool mexendo devagar até formar uma nata na superfície. Após coloca-se a solução que contém a soda diluída em água, aos poucos, mexendo lentamente, no recipiente que contém o óleo misturado ao álcool. Mexer até obter o ponto semelhante à gelatina. Em seguida colocar em um recipiente para solidificar. Antes de usar, cortar o sabão e deixar secar por completo. Para mexer deve-se usar uma espátula de madeira com cabo longo.
        É importante que o óleo seja aquele que já foi usado, pois já sofreu as alterações químicas necessárias para a produção do sabão.

       Para a produção de sabão a partir de gorduras residuais, geralmente obtidas com sobras de assados ou do cozimento de carnes, obteve-se a seguinte receita (cedida por uma moradora do município de Fazenda Rio Grande):
Ingredientes:

  • 6 litros de gordura de origem animal, previamente aquecida;
  • 4 litros de álcool ou etanol;
  • 4 litros de água fria;
  • 1 quilo de soda cáustica.

        Preparo: em um recipiente plástico, misturar a soda caustica e a água mexendo com o auxílio de uma espátula de madeira com cabo longo, até dissolver por completo. Em seguida, sempre mexendo, adicionar a gordura. Posteriormente coloca-se o álcool aos poucos e vai mexendo. Atenção: a mistura deve ser homogeneizada vagarosamente para que não haja produção de espuma, até obter o ponto de fio ao levantar a espátula. Colocar em um recipiente e aguardar solidificar. Cortar o sabão e deixar secar por completo, antes de usar. O sabão à medida que vai secando torna-se cada vez mais firme e de coloração mais clara.

              Deve-se tomar muito cuidado na manipulação da soda cáustica, para tanto é importante utilizar alguns equipamentos de segurança, tais como: luvas de borracha e máscara descartável. Durante a mistura da soda cáustica na água há geração de calor e o gás liberado é tóxico. O álcool ou etanol deve ser manipulado longe do fogo. É recomendável que se realize a produção do sabão em ambiente bem arejado.
        Ao adotar a medida de realizar a reciclagem do sabão em casa se obtém um produto de alta qualidade, com baixo custo, gerando economia para a família.


REFERÊNCIAS

LIMA, P. C. R. O biodiesel e a inclusão social. Consultoria Legislativa. Brasília. 2004. Disponível em:<http://apache.camara.gov.br/portal/arquivos/Camara/internet/publicacoes/estnottec/pdf/2004_676_Estudo.pdf>. Acesso em: 29/03/2011.

MUGGLER, C.,C.; PINTO SOBRINHO, F. A. P.; MACHADO, V., A. Educação em solos: princípios, teoria e métodos. Revista Brasileira de Ciência do Solo. V.30. n. 4, p.733-740. Ago 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v30n4/14.pdf> Acesso em 17/03/2011.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia. Curitiba: SEED, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/goegrafia.pdf> Acesso em: 25/08/2010.

PAULILLO, L.F. et. Al. Álcool combustível e biodiesel no Brasil: quo vadis?. RER, Rio de Janeiro, v. 45, n. 03, p. 531-565, jul/set 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/resr/v45n3/a01v45n3.pdf>. Aceso em: 29/03/2011.

PITTA JÚNIOR, O. S. R. et al. Reciclagem do Óleo de Cozinha Usado: uma Contribuição para Aumentar a Produtividade do Processo. 2009. 10f. International Workshop Advances in Cleaner Production Key Elements for a Sustainable World: Energy, Water and Climate Change. São Paulo: 20-22 de Maio de 2009.Disponível em: http://www.advancesincleanerproduction.net/second/files/sessoes/4b/2/M.%20S.%20Nogueira%20-%20Resumo%20Exp.pdf> Acesso em: 16 de agosto de 2010.

PLÁ, J. A. Perspectivas do biodiesel no Brasil. Indic Econ, FEE, Porto Alegre, v. 30, n. 2, p.179-190,        set2002.Disponível em: <http://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/view/1396/1758>.      Acesso em 29/03/2002.

REIS, M. F. P.; ELLWANGER, R. M.; FLECK, E. Destinação de óleos de fritura. 2007.             Disponível em:<http://www.facabiodiesel.com.br/biodiesel/documentos/DESTINACAO-DE-OLEOS-
DE-FRITURA.pdf> Acesso em: 07/02/2011.







Nenhum comentário:

Postar um comentário