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Fazenda Rio Grande, Paraná, Brazil
Sou professora de Geografia que gosta muito do que faz, e me preocupo muito com as questões ambientais. Neste ano estou desenvolvendo o projeto PDE que trata sobre a reciclagem do óleo de cozinha. Esse trabalho busca descobrir com os educandos como tem sido realizado o descarte do óleo comestível e das gorduras residuais pela comunidade em que o Colégio Estadual Olindamir Merlin Claudino está inserido.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O BIODIESEL E O MEIO AMBIENTE


         Atualmente há uma busca constante por fontes alternativas de energia objetivando por uma redução do nível de dependência dos combustíveis de origem fóssil.
         O uso de combustíveis derivados do petróleo tem causado a emissão de partículas na atmosfera, que além de prejudicar a qualidade do ar, lançam componentes que colaboram com aumento do efeito estufa, contribuindo assim, segundo especialistas, com o aquecimento global. Além disso, os acidentes que
causam derramamento de óleos e derivados do petróleo geram graves problemas de contaminação nos locais onde ocorrem.
         De acordo com Silva e Freitas (2006, p.843-844) no ano de 1900, o inventor alemão Rudolph Diesel expôs em Paris um motor com um sistema novo de funcionamento, denominado de “ciclo Diesel”. Este motor funcionava fazendo o uso do óleo de amendoim. No início do século XX era utilizado óleo de diversas espécies vegetais. Nesta época o alto custo da produção das sementes caracterizou uma dificuldade para a utilização desta substância. Nesse período o petróleo era abundante e o baixo preço para o refino ocasionou a substituição do uso dos óleos vegetais pelo óleo refinado de petróleo, que então foi chamado de “óleo Diesel”.
         Para Lima (2004, p.8) “o biodiesel é uma denominação genérica para combustíveis e aditivos derivados de fontes renováveis, como dendê, babaçu, soja, palma, mamona, entre outras.”
         De acordo com Plá (2002, p. 180-181) o biodiesel é biodegradável, e se depositado, acidentalmente, durante o transporte ou no reabastecimento dos motores no meio ambiente, não é prejudicial aos seres vivos. A biodegradabilidade colabora com a preservação da qualidade dos cursos de água que canalizam
aqueles vazamentos.
         Para Lima (2004, p.4)  o biodiesel pode diminuir em 78% as emissões de gás carbônico, se comparado ao óleo diesel. Do mesmo modo reduzem em 90% as emissões de fumaça e praticamente elimina as emissões de óxido de enxofre. O biodiesel pode ser utilizado em qualquer motor de ciclo diesel, com pouca ou nenhuma necessidade de adequação.
         O biodiesel é uma alternativa muito pesquisada atualmente, principalmente por se tratar de uma fonte de energia renovável e inesgotável. Pode-se obter esse produto através do processamento de sementes oleaginosas, bem como através do reaproveitamento do óleo de cozinha usado para a produção desse combustível. O uso deste último ainda colabora com uma possível solução para a correta destinação desse recurso, que na natureza gera muitos impactos negativos ao ambiente.
         O uso do biodiesel representa vantagem significativa, pois além de possibilitar uma redução do uso de derivados do petróleo, também colabora com a melhoria da qualidade atmosférica, já que a emissão de poluentes com a combustão deste combustível é muito menor. No Protocolo de Kyoto o Brasil se comprometeu em reduzir as emissões de monóxido de carbono.
         Segundo Paulillo et. al. (2007, p.552) os principais elementos para a produção nacional do biodiesel são: soja, milho, girassol, amendoim, algodão, canola, mamona, babaçu, palma (dendê) e macaúba, entre outras. Ainda pode ser obtido a partir de óleos residuais e de gorduras de origem animal. Apesar de o Brasil
possuir ampla variedade de insumos agrícolas para a produção de óleos vegetais e, por conseguinte, de biodiesel, muitas culturas ainda têm caráter extrativista, não havendo lavouras comerciais que possibilitem avaliar seu verdadeiro potencial e outras ainda são desenvolvidas com baixo índice de tecnologia, devido à falta de interesse na pesquisa e desenvolvimento de variedades e de equipamentos para mecanização.               O principal subproduto do biodiesel é a glicerina, é um produto de valor comercial, muito apreciada pela indústria de plásticos, cosméticos, fármacos e explosivos.
         No Brasil a produção ainda ocorre em pequena escala e com custos elevados devido à tecnologia empregada. Neste país, uma legislação a partir do ano de 2008, tornou compulsória a mistura de 2% do biocombustível no óleo diesel de petróleo, aumentando a necessidade da produção desse produto. O maior produtor e consumidor do biodiesel é a União Europeia, que na maioria das vezes a produção é subsidiada pelo governo, reduzindo custos. Entre os maiores produtores mundiais estão à Alemanha, Itália e França.
         De acordo com Paulillo et. al. (2007, p.557) no Brasil, uma das maiores vantagens competitivas no cultivo de vegetais para a produção de biodiesel, em comparação a outros países se dá pelo fato de que este não concorre com áreas para a produção de alimentos, além de possuir a capacidade de realizar diversos cultivos em um mesmo ano.
         Em Curitiba inicialmente foram realizados testes com biodiesel produzido a partir de óleo usado em frituras no transporte coletivo. Os ônibus apresentaram desempenho normal, com um breve cheiro de fritura lançado pelo escapamento. Foi utilizada neste teste uma mistura de 20% de biodiesel no óleo diesel. Verificou-se uma redução significativa da emissão de fumaça.
         A partir do ano de dois mil e nove a cidade de Curitiba iniciou o uso do biodiesel à base de soja, a uma percentagem de 100% em alguns ônibus do transporte coletivo, com grande sucesso. Reduzindo ainda mais as emissões de dióxido de carbono, melhorando a qualidade do ar.
        Há incentivo por parte do governo de que sejam ampliadas as áreas de cultivo para a produção de biodiesel, principalmente através da agricultura familiar. Essa forma de manejo tem ocorrido em diversas regiões brasileiras. Busca-se com isso a ampliação da produção para se aumentar o percentual do biodiesel adicionado ao óleo diesel até o ano de dois mil e doze.

REFERÊNCIAS

LIMA, P. C. R. O biodiesel e a inclusão social. Consultoria Legislativa. Brasília. 2004. Disponível em:<http://apache.camara.gov.br/portal/arquivos/Camara/internet/publicacoes/estnottec/pdf/2004_676_Estudo.pdf>. Acesso em: 29/03/2011.

MUGGLER, C.,C.; PINTO SOBRINHO, F. A. P.; MACHADO, V., A. Educação em solos: princípios, teoria e métodos. Revista Brasileira de Ciência do Solo. V.30. n. 4, p.733-740. Ago 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v30n4/14.pdf> Acesso em 17/03/2011.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia. Curitiba: SEED, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/goegrafia.pdf> Acesso em: 25/08/2010.

PAULILLO, L.F. et. Al. Álcool combustível e biodiesel no Brasil: quo vadis?. RER, Rio de Janeiro, v. 45, n. 03, p. 531-565, jul/set 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/resr/v45n3/a01v45n3.pdf>. Aceso em: 29/03/2011.

PITTA JÚNIOR, O. S. R. et al. Reciclagem do Óleo de Cozinha Usado: uma Contribuição para Aumentar a Produtividade do Processo. 2009. 10f. International Workshop Advances in Cleaner Production Key Elements for a Sustainable World: Energy, Water and Climate Change. São Paulo: 20-22 de Maio de 2009.Disponível em: http://www.advancesincleanerproduction.net/second/files/sessoes/4b/2/M.%20S.%20Nogueira%20-%20Resumo%20Exp.pdf> Acesso em: 16 de agosto de 2010.

PLÁ, J. A. Perspectivas do biodiesel no Brasil. Indic Econ, FEE, Porto Alegre, v. 30, n. 2, p.179-190,        set2002.Disponível em: <http://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/view/1396/1758>.      Acesso em 29/03/2002.

REIS, M. F. P.; ELLWANGER, R. M.; FLECK, E. Destinação de óleos de fritura. 2007.             Disponível em:<http://www.facabiodiesel.com.br/biodiesel/documentos/DESTINACAO-DE-OLEOS-
DE-FRITURA.pdf> Acesso em: 07/02/2011.



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